O punk como movimento social
A partir do fim da década de 1970 o conceito de cultura punk adquiriu novo sentido com a expressão Movimento Punk, que passou a ser usada para definir sua transformação em tribo urbana, substituindo uma concepção abrangente e pouco definida da atitude individual e fundamentalmente cultural pelo conceito de movimento social propriamente dito: a aceitação pelo indivíduo de uma ideologia, comportamento e postura supostos comum a todos membros do movimento punk ou da ramificação/submovimento que ele pertence. O movimento punk é uma forma mais ou menos organizada e unificada, com o intuito de alcançar objetivos —seja a revolução política, almejada de forma diferente pelos vários subgrupos do movimento, seja a preservação e resistência da tradição punk, como forma cultural deliberadamente marginal e alternativa à cultura tradicional vigente na sociedade ou como manifestação de segregação e auto-afirmação por gangues de rua. A cultura punk, segundo esta definição, pode então ser entendida como costumes, tradições e ideologias de uma organização ou grupo social.Apesar de atualmente o conceito movimento punk ser a interpretação mais popular de cultura punk, nem todos indivíduos ligados a esta cultura são membros de um grupo ou movimento. Um grande número de punks definem o termo punk como uma manifestação fundamentalmente cultural e ideologicamente independente, cujo o aspecto revolucionário se baseia na subversão não-coerciva dos costumes do dia-a-dia sem no entanto se apegar a um objetivo preciso ou a um desejo de aceitação por um grupo de pessoas, representando uma postura distinta do caráter politicamente organizado e definido do movimento punk e de seu respectivo interesse na preservação da tradição punk em sua forma original ou considerada adequada.
Esta diferença de postura entre o movimento punk e outros adeptos da cultura é responsável por constantes conflitos e discussões, às vezes violentos, que ocorrem no encontro destes indivíduos em ruas e festivais, ou através de meios de comunicação alternativos como revistas, fanzines e fóruns.
Estados Unidos
A primeira manifestação genuinamente punk, no entanto, o estilo punk rock, surge primeiro nos Estados Unidos com a banda The Ramones por volta de 1974 e é caracterizada por um revivalismo da cultura rock and roll (músicas curtas, simples e dançantes) e do estilo rocker/greaser (jaquetas de couro estilo motociclista, camiseta branca, calça jeans, tênis e o culto a juventude, diversão e rebeldia).
Enquanto o rock and roll tradicional ainda criava estrelas do rock, que distanciavam o público do músico, o punk rock rompeu este distanciamento trazendo o princípio da música super-simplificada (pouco mais que três acordes, facilmente tocados por qualquer pessoa sem formação mínima musical) e instigando naturalmente outros adolescentes a criarem suas próprias bandas. O punk rock chega à Inglaterra e influencia uma série de jovens pouco menos de um ano depois.
Extremamente empolgado pela apresentação dos Ramones, Mark Perry abandona seu emprego e produz o primeiro fanzine punk, o Sniffin' Glue ("cheirando cola"), com a intenção de promover esta nova agitação cultural. O fanzine foi o símbolo marco para o faça-você-mesmo punk, não tinha quase nenhum recurso financeiro e era marcado pelo estilo visual deliberadamente grosseiro e com senso de humor ácido.
Brasil
O movimento punk em São Paulo surgiu na Zona Norte, mais precisamente a turma roqueira da Vila Carolina, onde desde o início dos anos 70, já se formava uma cena pré-punk influenciada por bandas de protesto norte-americanas e inglesas, como MC5, The Stooges e Dust. Daqui surge a primeira banda de punk rock brasileira: os Restos de Nada.A banda foi formada em 1978 como uma forma de protestar contra a repressão do governo militar e mostrar que diversos jovens lutavam por uma sociedade melhor. O precursor dessas idéias foi o guitarrista Douglas Viscaino que criou a banda. Inspiradas nesse ideal, muitas outras bandas se formaram para também criticar o regime, tais quais como AI-5, Detrito Federal, Condutores de Cadáver, Cólera, Aborto Elétrico, entre outras.
Em Brasília, o punk rock chegou por volta de 1977, através de filhos de políticos e embaixadores que trouxeram do exterior álbuns de bandas de punk rock que estavam nas paradas inglesas da época.
MUSICA
O primeiro elemento cultural punk desenvolvido foi a música. A música punk desde suas origem até os dias de hoje passou por diversas mudanças e sub-divisões, englobando características que vão desde o pop rock irônico e politicamente indiferente, ao ruidoso discurso político panfletário, entre outras características. Apesar disso, nos diversos estilos de música punk o caráter anti-social e/ou socialmente crítico é bastante recorrente e a ausência destas características é vista por alguns como justificativa para o não-reconhecimento de uma banda como sendo do estilo punk. Estilos muito distintos do punk rock também são desconsiderados com freqüência.
O estilo punk rock tradicional caracteriza-se pelo uso de poucos acordes, em geral power chords, solos breves e simples (ou ausência de solos), música de curta duração e letras rebeldes, sarcásticas que podem ser politizadas ou não, em muitos casos uma manifestação de antipatia à cultura vigente. Estas características não devem ser tomadas como uma definição geral de punk rock, pois bandas e variações bem difundidas do gênero apresentam características muitas vezes antagônicas a estas, como por exemplo as músicas longas e complexas do Television (uma banda de protopunk), o experimentalismo cacofônico do Crass (uma banda mais voltada ao ideologia punk anarquista), a tendência de sociabilização das bandas de hardcore moderno e o discurso sério de algumas bandas politizadas.
Ideologia
Desde o seu início, a cultura punk teve ideias apartidárias e a liberdade para acreditar ou não em um deus ou religião qualquer. Porém, por causa do tempo de existência, seu caráter cosmopolita e amplo, ocorreram distorções de todas as formas, em diversos países, dando ao movimento punk uma cara parecida mas totalmente particularizada em cada país.Por se assemelhar em diversos aspectos com o anarquismo (posteriormente, a principio o movimento punk era apolítico), punks e anarquistas passaram a colaborar entre si e muitas vezes participando das ações.
Passaram então a existir muitos punks que também eram realmente anarquistas, e posteriormente surgiu o anarcopunk, este ganhou um novo rumo com redirecionamento a uma nova militância política, com discursos e ações mais ativas, opondo-se à mídia tradicional, ao Estado, às instituições religiosas e grandes corporações capitalistas.
Existem outras vertentes do movimento como o streetpunk/oi! caracterizado pelo relacionamento de punks e skinheads, ou o straight edge que se auto-denominam "livres de drogas" não fazendo uso de nenhuma substância que altere o humor, incluindo o álcool e a nicotina.
A outra vertente, talvez a mais tradicional e/ou original do Brasil, são as gangues, que estiveram presentes desde o começo deste movimento, principalmente em São Paulo, onde existem até hoje. São famosas pelo uso da violência e união de seus integrantes, geralmente andam em grupos não tão numerosos. Chegam a ser mais de 10 facções em São Paulo, sendo as principais só quatro delas, que são originais do começo do movimento e talvez as mais respeitadas.
A estreita relação entre a música e a ideologia punk
A música punk desde seu início foi marcado como um estilo musical de contestação, seja como uma resposta musical ácida e crítica aos rumos que a música rock havia tomado na época com o rock progressivo, ou de forma ideológica criticando opiniões preconceituosas de músicos famosos de rock no final dos anos 70 e início dos anos 80, como o apoio de algumas bandas de punk rock e streetpunk ao rock against racism.O gosto por certas bandas e gêneros musicais é algumas vezes interpretado como identificação de um indivíduo à uma certa postura ideológica distinta dentro da cultura punk, como o niilismo, o anarquismo, a cultura de rua, entre outras.
No Brasil, bandas podem ser repudiadas por grupos anarcopunks brasileiros, como Vírus 27 e Garotos Podres pelas relações desses artistas com a cultura skinhead e careca, ou como o Ratos de Porão por ter o reconhecimento da mídia, enquanto estas mesmas bandas podem ser bem aceitas e favoritas entre outros punks. Da mesma forma que os outros elementos culturais, o porte de símbolos por certas bandas comumente associadas a determinados grupos ideológicos, muitas vezes desencadeiam a hostilidade e a violência de adeptos de gangues e grupos do movimento punk com ideologia contrária, fato esse muito comum nos grandes centros urbanos brasileiros.
Em outros países, principalmente em países europeus, atualmente há mais tolerância às diferenças musicais, ideológicas e culturais distintas, como uma forma de se unir tendo as raizes musicais como um elo em comum, contra grupos e indivíduos com posturas ideologicas discriminatórias e opressoras como o nazismo e o fascismo.
Mídia punk
Alguns punks evitam relações com a mídia tradicional por filosofia, e é bem comum que não seja de conhecimento público o nome de escritores de zines - publicações alternativas, poetas, artistas plásticos, bandas, já que cada componente do seu grupo faz sua própria mídia, através da propaganda, que consiste na publicação de zines, promoção de eventos como palestras, gigs (expressão idiomática inglesa que significa "show" ou "festival", utilizada na cultura alternativa britânica e que foi adotada por alguns punks brasileiros), passeatas, panfletagens e sistemas de boletins-noticiários.Essa característica do movimento punk acarreta problemas para os seus integrantes que por algum motivo adquirem espaço na grande mídia, como foi o caso do cantor e atualmente apresentador de programa de televisão, o brasileiro João Gordo, vocalista da banda Ratos de Porão e considerado por muitos adeptos do movimento punk brasileiro como um oportunista.
aew zora é rubio dei valor vc ter colocado um lance sobre a cultura punk aqui no teu blog.
ResponderExcluirprecisamos mais disso aqui nao so no visual mais na atitude.
queria perguntar a tu se tu pode colocar uns zines meus aqui pra divulgar e mostrar a ideia pros caras.
vlw
pode enviar pra mim anexado no e-mail que posto aqui smeproblemas blzz?
ResponderExcluirmassa se tivesse especificando algusn grandes protestos dos punks no mundo... se der coloca
ResponderExcluirCansado de protestos neo-hippies? O que podemos ver nos protestos em São Paulo? Todos gritando a mesma ladainha, a polícia fazendo cordão de isolamento, 5 homens pra cada manifestante e no final muda alguma coisa?
ResponderExcluirPor isso o Movimento Punk de São Paulo está promovendo o maior protesto punk e anarquista. Afinal qual é a causa da música que fazemos? A razão de ser punk não é a revolta contra o sistema? a esperança de mudar a situação miserável deste país? Acabar com a exploração, a ganância destes filhos da puta que governam este país? Ser você mesmo e botar pra fora a rebeldia contida? Pois bem, chegou a hora de mostrarmos pra sociedade e pra este governo do caralho quem nós somos. Chega de desunião entre nós, vamos concentrar nossa raiva apenas contra o Estado. Vamos anarquizar, levar faixas, distribuir zines e provar que a anarquia e o punk estão presentes e é uma afronta ao sistema! Vamos nos unir porque queremos somar em números e não subtrair. Neste protesto convocamos todos que fazem parte da cena ou que tocam em bandas e fazem um som anti-exploração. Desde a molecada que está começando agora até o mais revoltado e independente dos punks. Desde o mais contestador dos Anarco-Punks até os movimentos, facções e gangs mais temidos de SP. Do mais subversivo Skate-Punk até o mais incoformado Hardcore. Do mais Agressivo Raw Punk até o mais bêbado Street-Punk. Do mais saudável Straight-Edge até a mais indignada Riot Grrrl.Os mais unidos SHARPS E RASHS. Do Subúrbio ao ABC. Do Interior ao Litoral. E você que não faz parte do movimento mas é ativista, libertário, inconformado, luta pelo anarquismo e está disposto a mudanças. Porque no fundo de tudo isso lutamos por uma vida melhor, por um mundo melhor. E não precisa ser necessariamente anarquista para ter esse sentimento, mas a anarquia é uma verdadeira arma contra essa desgraça que está aí. Gente passando fome, morando em barracos e esgotos a céu aberto enquanto os burgas desfrutam de cinco carros na garagem, cada um pra cada dia da semana e os culpados disso tudo enchendo o cú de dinheiro e tentando se reeleger às nossas custas. Por isso uma semana antes das eleições, Domingo, dia 26 de setembro à partir do meio-dia iremos todos à paulista no vão do MASP e marchar até a praça da sé com um carro de som tocando só punk-rock nacional e manifestando nossa indignação contra estes políticos ladrões, a discriminação racial, ao serviço militar, às guerras, a miséria, a igreja, o desemprego, ao capitalismo, ao imperialismo norte-americano e tudo mais que fode com a população. Pretendemos juntar 5.000 pessoas, entre punks, anarquistas, integrantes de bandas, ativistas, skatistas que fazem da anarquia o seu dia-a-dia e todos aqueles que se opõe à exploração e a enganação do homem pelo homem. Vamos ser pacíficos, não queremos briga, mas se for inevitável vamos mostrar porque o punk existe, e resiste! Pacifista na hora certa e centralizar nossa raiva se for preciso, podem chamar isso de total revolta. Enquanto o grande dia não chega, agilize, não espere tudo pra última hora.
esse foi um protesto contra as eleiçoes em SP
ResponderExcluirfonte : CMI Brasil
ResponderExcluirVixi...os caras sao extremos mesmo
ResponderExcluirmarcos
pais livre? livre e o karalho,eles ainda dizem que estao do nosso lado. tem gente querendo emprego e eles dizem que vao dar para o povo e nao cumprem. e o pior,se o desenpregado abrir uma barraquinha de cachorro quente pra ganhar seu sustento ou sej a la o que for, eles prendem o desenpregado por nao ter licença.
ResponderExcluirque merda de mundo e essa que temos que pedir autorizaçao pra viver, pra comer.
enfiem na bunda todas suas leis.
UP!
ResponderExcluirup!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirloriene
faço desta materia uma lembrança ao amigo finaod recente mente ainda em nossas mentes oiram que lutava por ea causa
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